Quem é? O que pinta?


Nascido em Parnaíba, Piauí, Marcos Araújo alçou vôos maiores ao chegar a capital federal em 2001, onde hoje reside. Aos 26 anos e com 36 quadros "debaixo do braço", lembrou Marcos, desembarcou na capital e em sua segunda exposição na cidade venceu seu primeiro prêmio de uma carreira internacional. Em 2006, é premiado com o desenho "Rápto das índias" na Segunda Mostra Internacional de Arte Ultratual do XV Salão de Artes Plásticas da PCSUR. Da experiência, recebe convites para exposições em Espanha e França, onde alcança em Paris a Médaille de Bronze - Fantastique Exposition de Lart com a obra Cavalo Selvagem. Na Espanha, logo a seguir, recebe também a premiação Medalla De Plata, na Exibición Extraordinária de Arte “Exuberância
de la Belleza”, com a obra Calango Cego. Hoje aos 37 anos tem mais de 15 exposições no portifólio e promove sua próxima exposição, a ser lançada em setembro de 2012, no Supremo Tribunal Federal (STF).

Inspirações
Iniciou seus trabalhos com artes plásticas desenhando ranhuras nas areias das praias do Delta do Parnaíba. Sob influência do trabalho de artistas como Tarcila do Amaral, e passando em sua iniciação às artes a admirar o trabalho de grandes mestres como Miró, Picasso, Matisse, Xico da Silva e Nonato Oliveira, buscou um trabalho inspirado no próprio inconsciente, na raiz inata do ser. Sua linha de trabalho abstrata surge naturalmente dessas referências, sem intenção de formas, passando, a posteriori, a adaptar o trabralho para ilustrações de figurativo humano, inspirado também em Jilsep Arcinboldo, da Itália. 




O traço abstrato
O desenho de Marcos, segundo o próprio artista, está em constante evolução, ao contrário de sua pintura que segue sempre com inspiração primitiva. "Me considero muito mais desenhista que pintor especificamente, meu traço livre tem me provocado   e construído um novo Marcos, também da raíz do povo brasileiro, indígena e negra, que muito inspira minhas ilustrações", afirmou. Para ele, a primitividade das cores que busca na pintura das ilustrações reside plenamente nos personagens míticos que ilustram o imaginário de seus quadros, como o Curumim, Tupã e outros importantes membros dessas tradições ancestrais.

Cavalo de Fogo: intenso e libertário
Sua verve libertária faz com que mais do que buscar produtos meramente comercializáveis, sob orientações de marchands ou galeristas, fez com que Marcos trilhasse um caminho independente mas cheio de personalidade em seus trabalhos."Pinto por inspirações próprias, sobre os temas que me instigam, não só pelo que me pedem ou acreditam ser vendável. Acredito na força do que surge de minha alma", afirmou. Desde a adolescência, Araújo vivenciou as consequências dessa verve. "Aos 14 anos, na escola de freiras onde estudei, pus fogo em um trabalho de artes, obra que intitulei "Cavalo de Fogo". O problema é que a peça me levou a sala da Madre Superiora. Para não me expulsar do colégio, ela me incumbiu de realizar uma exposição de quadros para a escola e ainda um curso de artes e cores para os colegas. E o que seria uma punição tornou-se o maior amor de minha vida", rememora Marcos Araújo, aos risos.

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